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Como tratar íctio no aquário? Aprenda aqui e diga adeus a este problema!





O Íctio (Ichthyophthirius multifiliis) talvez seja a doença de peixes mais comum do aquarismo. Muito encontrada em muitas lojas de aquarismo onde não ocorre uma quarentena adequada dos animais, esta doença pode ser extremamente mortal, principalmente, mas não somente, em peixes de couro como bagres e bótias, quando não tratada a tempo.


Mas, a boa notícia é que também pode ser facilmente eliminada do seu aquário, muitas vezes, até mesmo, sem a necessidade de medicamentos. Para isso, você só precisa entender melhor como o parasita atua e contamina os peixes.


O QUE É O ÍCTIO? 

O Íctio é um protozoário que se alimenta do sangue de seu hospedeiro. Como possui grande capacidade de multiplicação, um único peixe contaminado pode infectar rapidamente todo seu aquário.


Sendo uma doença típica de águas quentes (15ºC a 25ºC), o parasita completa seu ciclo de vida entre 3 a 6 dias a 25ºC, 10 a 15 dias a 15ºC e pode levar 30 dias ou mais em uma temperatura de 10ºC. 


Essa forma encistada e resistente a medicamentos é justamente o que torna o tratamento bastante peculiar. Por isso, devemos sempre focar o tratamento no ciclo de vida do protozoário e entender que quando um peixe apresenta o ictio em seu corpo, não somente o peixe está doente, é preciso considerar que todo o aquário está doente e precisa de tratamento. De nada adiantará retirar o peixe e levá-lo para um aquário hospital, o ictio permanecerá no aquário. 


CICLO DE VIDA DO ÍCTIO 

Para entendermos como isso funciona temos que conhecer então ciclo de vida do Íctio.

O Íctio apresenta três formas básicas durante seu ciclo de vida, sendo a Trophont (A), Tomont (B) e a Theront (C). As fases Trophont e Tomont são resistentes a medicamentos e somente a fase Theront, em que se apresenta como forma ciliada para nadar em busca de um hospedeiro que é suscetível a tratamentos medicamentosos.


Em um aquário, a fase Trophont (A) é a que são os famosos pontos brancos que vemos nos nossos peixes e um único Trophont (A) pode dar origem a até 1000 Theronts (C), ou seja, quando você enxerga o Íctio no seu peixe, significa que todo o ciclo já está acontecendo em diversas fases e a cada momento em seu aquário, por isso, devemos tratar todo o aquário.


O Íctio possui uma característica muito interessante, ele acelera seu metabolismo em temperaturas mais altas e, portanto, seu ciclo de vida fica mais curto. E, acima de 30ºC, não consegue completar seu ciclo de vida.


Então, quando identificado no início, com poucos pontos brancos em um ou dois peixes somente  (considerando que seus peixes são bem nutridos com ração de qualidade) e, principalmente, se você possui fauna e flora que toleram a temperatura a 30ºC, (peixes amazônicos, por exemplo), basta manter essa temperatura (entre 30ºC e 31ºC) durante 7 a 10 dias e estará livre do Íctio no seu aquário, sem a necessidade de medicamentos.


Mas, se você não pode elevar a temperatura para este patamar, aumente a temperatura o máximo que puder para acelerar ao máximo o ciclo de vida do Íctio, contando também com o auxílio de algum medicamento que possa interromper o ciclo de vida do protozoário.


 Você encontra facilmente no mercado alguns medicamentos que auxiliam na eliminação do Íctio no aquário, sendo os mais eficientes os medicamentos à base de formalina, verde-malaquita e cobre (siga as orientações do medicamento ou do veterinário). Os medicamentos atuam após a passagem do Íctio passem pela fase Theront (C), quando são afetados pelo medicamento e tem  interrompido o seu ciclo de vida.


Enquanto houver um único ponto branco (A) em qualquer peixe, o tratamento deve continuar por mais alguns dias para garantir a eliminação de 100% do Íctio no aquário.


O Íctio também possui certa intolerância ao sal e, quando sua fauna e flora permitirem, sal entre 1g a 2g para cada 1L pode ajudar no controle da doença, além de poder ser usado como prevenção. O sal, nestas proporções, ainda poderá auxiliar os peixes afetados aliviando o estresse osmótico causado pelos danos do parasita na sua camada epitelial.


 




PEIXES DE COURO

Como disse no início, alguns peixes de couro são mais suscetíveis ao Íctio e também podem ser bastante sensíveis aos tratamentos com alguns medicamentos e, até mesmo, ao sal.


Então como tratar esses peixes? Certamente, a prevenção é sempre a melhor solução, saber de onde está comprando e realizar uma quarentena criteriosa em peixes mais sensíveis se torna ainda mais importante.


Algumas técnicas em peixes como a Bótia Palhaço, por exemplo, é a troca diária do peixe de um aquário para outro desinfectado durante pelo menos sete dias, pois após a fase Trophont (A) abandonar o hospedeiro, os Tomonts (B) vão para o fundo do aquário ou se grudam em plantas, vidro e qualquer outro objeto que puderem.


Retirando-se o peixe do ambiente, e desinfectando o aquário na sequência, estaremos impedindo o parasita de completar seu ciclo. Contudo, note que este procedimento é extremamente estressante para um peixe que já está debilitado por enfrentar uma infecção. Então, muito cuidado e observação!

 

MAIS INFORMAÇÕES


Os Theronts (C) permanecem infeciosos por 30 horas em temperatura de 25º após o excistamento;


·        Todas as fases são mortas por secagem, mas aconselhamos a desinfecção em água hiperclorada ou com amônia quaternária antes da secagem dos equipamentos como redinha, pedra porosa, mangueiras e etc.


·       Em lagos, os melhores resultados se dão com a utilização de cobre, dia sim, dia não, em temperatura de 25ºC, mas é importante consultar um veterinário especializado em peixes para o cálculo de dosagem do medicamento, que é tóxico aos peixes em altas dosagens;


·        Os Theronts (C) são eliminados por luz ultra violeta, mas isso é ineficaz para controlar uma infecção dentro de um aquário, sendo somente eficaz para evitar a contaminação entre aquários interligados. Contudo, Trophonts (A) e Tomonts (B) não são afetados pela luz ultra violeta.


·        A sinfonagem diária ajuda a evitar a recontaminação do ictio, sugando parte dos Tomonts (B) que descem para o substrato.


CURIOSIDADE!

Sua resistência a medicamentos em sua forma encistada gera uma hipótese, ainda não confirmada através de estudos científicos, de que, no inverno, quando temos temperatura constantemente abaixo de 15ºC durantes diversos dias, a forma encistada na natureza possa atravessar todo o processo de captação e tratamento da água de uma empresa de saneamento e chegar até seu aquário através de uma TPA, pois, ainda que raro, durante o inverno surgem relatos de aparecimento de ictio em aquários em que o aquarista informa não ter colocado nada novo no ambiente.


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