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Como cuidar do peixe betta: "por que meu peixe morreu?"

Os peixes bettas podem viver muitos anos em seu aquário. Para isso, aprenda como cuidar bem deste que é um dos mais famosos peixes do aquarismo




Hoje a gente via te contar a história do peixe Betta Chico! Chico morava em uma beteira e era hiper alimentado, muito além da sua necessidade diária. Com isso, muita ração sobrava no fundo do aquário e Chico produzia muitas fezes. Uma vez por semana, seus cuidadores retiravam o peixinho Betta para que pudessem eliminar toda a água mal-cheirosa e limpar os vidros e adornos.


Então, enchiam novamente o aquário com água direto da torneira e colocavam Chico de volta. Em pouco tempo, Chico foi ficando diferente.  

Sua cor já não estava vibrante, as suas nadadeiras estavam machucadas e ele já não nadava por todo o aquário, ficando sempre quietinho em um canto. Seus cuidadores achavam que ele estava ficando velhinho, e foram cuidando do Chico do mesmo jeito até que ele morreu.


Como muitos de vocês já imaginam, Chico não estava velhinho, mas sim doente. Chico é um peixinho fictício, mas, com certeza, representa a história de muitos peixes Betta e também de muitos outros peixes.  

Para que nossos amigos aquáticos, seja um Betta ou um grande cardume de peixes neons ou de oscars,  vivam saudáveis e felizes, cuidar da água do aquário é o primeiro passo. Um aquário é um lar e a qualidade da água tem tanta importância para os peixes como a qualidade do ar que respiramos ou da água que bebemos.


O Chico da nossa história adoeceu porque a qualidade da água do seu aquário, apesar do amor e da boa intenção dos seus cuidadores, era péssima. Você sabe por quê? São vários os motivos que levaram Chico a adoecer, e a gente vai te explicar todos. 



Bora?


1.   1. A água do Chico não era tratada com anti-Cloro. O Cloro presente na água potável que sai das torneiras de nossas casas é extremamente tóxico para os peixes, ele danifica as brânquias, queimando-as, e prejudica o muco que os recobre. Esse muco os protege contra bactérias, parasitas e os auxilia nas trocas osmóticas com a água, uma função extremamente importante para os peixes.


A forma correta de troca da água inclui a aplicação de um teste para identificar o nível de presença Cloro, depois, a aplicação de um produto chamado anti-cloro na quantidade necessária para eliminá-lo da água.  A eliminação do Cloro da água que vai ser adicionada ao aquário é um processo muito fácil, rápido, que dura apenas alguns segundos, porém, fundamental para a saúde dos seus peixinhos. Existem vários testes e produtos anti-cloro no mercado, de várias marcas e preços.


2. Além de não ser tratada com anti-Cloro, a água do Chico tinha uma variação brusca dos parâmetros físico químicos, como o PH, temperatura e dureza, pois 100% da água do aquário era trocada semanalmente. A variação brusca desses parâmetros a cada troca começaram, lentamente,  a afetar Chico,  dificultando as trocas osmóticas com a água, ocasionando deficiências como dificuldade de absorção de cálcio, entre outras.   


3.  Outro grande problema do Chico era a hiper alimentação. O excesso de alimentos ofertado fazia com que ele comesse muito mais que o necessário e liberasse mais amônia neste processo. 


A amônia é uma substância tóxica para os peixes e sua presença precisa ser eliminada do aquário, algo que não ocorria com o Chico. Mesmo trocando a água semanalmente, Chico convivia com níveis de amônia sempre em progressão, pois seu aquário não tinha filtro e nem havia passado por uma ciclagem. Chico, semanalmente, estava exposto à intoxicação crônica por amônia.


A intoxicação por amônia diminui a quantidade de oxigênio transportado no sangue dos peixes, o que pode levá-lo à morte.  


4. Além disso, os restos de ração depositados no fundo do aquário também  contribuíram para deteriorar ainda mais a qualidade da água, facilitando o surgimento de colônias de fungos e bactérias prejudiciais ao Chico.  Lembrando que a presença de Cloro na a já havia danificado seu muco protetor e brânquias, tornando ainda mais fácil o ataque de patógenos que o adoeceram.


Este conjunto de fatores combinados formou o campo perfeito que reduzir a expectativa de vida do Chico. Ele pode ter morrido por várias causas: intoxicação crônica por amônia, infecção por bactérias, fungos ou parasitoses ou todas elas juntas.


Triste, não é? Principalmente porque tudo isso poderia ter sido evitado. Com os cuidados corretos da água, Chico poderia ter vivido muito, mas muito mais. Então, que conselhos a gente daria para que os cuidadores do Chico tenham mais sucesso da próxima vez? 





Veja as soluções!

 

1.   Monte um aquário com sistema de filtragem correto e cicle o aquário antes de incluir seus peixinhos. Confira tudo sobre ciclagem clicando aqui.

2.   Cuide dos parâmetros físico-químicos da água. Para cuidar da temperatura, tenha um termostato. Para cuidar de parâmetros como PH, dureza e controlar a amônia, tenha filtro, testes e condicionadores de água. Você encontra vários no mercado, para todos os gostos e para todos os bolsos.  Confira algumas opções aqui.

3.   Não hiper alimente seus peixes, dê uma ração de qualidade, em uma quantidade suficiente para que o consumo de 100% do que foi ofertado ocorra em até 1 minuto e meio, para não haver sobras.  

4.   Super importante: não desmonte seu aquário toda semana, isso não é necessário. Com um sistema de filtragem instalado, realize somente a TPA, Troca Parcial de Água (em torno de 15% da água do aquário semanalmente).


Ah! Água bem-cuidada não tem cheio ruim, seja em um pequeno aquário, de 10 litros, ou em um super aquário de 500 litros.

Curtiu esse conteúdo? Comente, compartilhe e contribua para a qualidade de vida e felicidade dos peixes!  

Da Kauar até a sua casa, só os peixes mais saudáveis do aquarismo!

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