Como fazer TPA - Troca Parcial de Água?
Guia Definitivo sobre TPA - a Troca Parcial de Água - do seu aquário. Aprenda a fazer TPA do jeito certo e tenha peixes felizes e sadios por muito tempo!
Qual quantidade de água devo trocar semanalmente em meu aquário?” Esta é uma das perguntas que mais recebemos na kauar. Hoje, a gente vai responder tudo sobre a TPA (Troca Parcial de Água).
A verdade é que não existe uma resposta padrão para essa
pergunta, pois um aquário nunca é igual ao outro. Cada um tem características
únicas, como tamanho, tipo de fauna, a presença ou não de plantas e muitas
outras particularidades.
E antes de sabermos quanto de água trocar,
precisamos compreender porque é importante realizar a TPA – Troca Pacial de
Água em seu aquário. Bora lá?
Seu aquário é um ecossistema fechado
Isso significa nem todos os processos físico-químicos serão
solucionados da mesma forma que ocorre nos rios e mares, que são sistemas
abertos.
Por isso, o aquarista precisa se movimentar para eliminar
desse sistema fechado algumas substâncias, como o nitrato, lembra dele? A
gente te ajuda!
Ao alimentar seus peixes você está oferecendo a eles uma nutrição
de boa qualidade, para que fiquem saudáveis e fortes, certo? Certíssimo! Mas,
como resultado da conversão desse alimento em energia e nutrientes, temos fezes
e amônia, que são eliminadas pelos peixes na água. Além disso, a amônia resultante de outros
processos metabólicos, eliminadas pelas brânquias dos peixes, também se farão
presentes na água.
Como você já sabe, a amônia é transformada em nitrito e, depois, em nitrato pelas colônias de bactérias que você criou lá atrás, durante a ciclagem do aquário. Até aí, tudo dominado, mas...
Mas você já parou para pensar no que acontece com o nitrato resultante desse processo?
Como nossos aquários são ricos em oxigênio, uma parte deste
ciclo, que seria transformar nitrato em gás nitrogênio (N), eliminando-o
completamente da água, não ocorre. Isto porque a maioria dos aquários não
possui colônias de bactérias anaeróbicas (aquelas que tem dificuldade de
crescerem na presença de oxigênio), necessárias para esta transformação.
Portanto, o nitrato, que também é prejudicial aos peixes, embora menos
prejudicial que a amônia e o nitrito, se acumula no aquário.
Na natureza, que é um sistema aberto, o acúmulo de nitrato é
praticamente inexistente, pois temos uma quantidade imensa de fitoplanctons por
metro cúbico de água, dos mais variados tipos, além de enormes quantidades de algas e
plantas, que vão absorver o nitrato quase que instantaneamente. Mas, em seu
aquário, você viu que a história não é bem assim.
O que acontece com meus peixes na presença de nitrato?
Embora os peixes sejam um pouco mais resistentes à presença de
nitrato na água, pois, como falamos, a toxicidade dessa substância é bem
inferior à da amônia e do nitrito, ainda é preciso retirá-lo.
A exposição recorrente ao nitrato pode causar problemas
neurológios e de imunossupressão (deficiência no sistema de defesa) dos peixes.
Além disso, cada espécie apresenta diferentes graus de sensibilidade ao nitrato, sendo capaz de suportar níveis de concentração maiores ou menores
deste composto nitrogenado, antes de ter sua saúde cronicamente afetada.
A falta de estudos mais detalhados e abrangentes não nos
permite cravar quantas partes por milhão de nitratos (ppm) seriam seguras para cada
tipo de espécie presente em nosso aquário. Contudo, alguns estudos realizados
em espécies específicas nos permitem projetar um limite considerado “seguro”.
Na Kauar, por exemplo, adotamos como limite máximo 50 ppm de
nitrato para sistemas de peixes e zero ppm de nitrato para aquários com
camarões ou peixes mais sensíveis a nitrogenados.
Como faço para retirar o nitrato do aquário?
A resposta para essa pergunta é “fazendo a TPA (Troca Parcial
de Água).” A TPA existe não somente,
mas, principalmente, para retirar o nitrato do seu aquário. Qual
quantidade semanal de água vai depender de
alguns fatores que vamos explicar para você agora! Continue aqui!
Tamanho da Fauna
Lembrando que a quantidade de fezes e amônia está diretamente
relacionadaao tamanho do peixe, volume da fauna, ao tipo de espécie que
você possui e à quantidade de comida ofertada, vamos imaginar uma situação.
Bora fazer de conta que o Mateus tem um aquário de 250 litros
com um único peixe Oscar adulto. E a Vanessa um aquário de 250 litros com 100
Neons Cardinais.
A quantidade de ração semanal que precisa ser ofertada para
um Oscar adulto é muito maior que a quantidade de ração semanal oferecida para 100
Neons. O Oscar também possui uma
biomassa muito maior que os 100 neons juntos. Por isso, a quantidade de fezes e
amônia gerada por um único Oscar adulto será, consequentemente, muito maior que
a quantidade gerada pelo cardume de Neons. Neste caso, é natural concluirmos
também que o aquário com o Oscar terá uma concentração de nitrato bem maior, ao
final de uma semana, que o aquário com o cardume de Neons.
Na Kauar temos diversos sistemas com diversos aquários, com
vários volumes de água e também com várias densidades de biomassa de peixes por
litro de água, por isso, cada um possui um tempo diferente para se atingir
um patamar de 50 ppm de nitrato.
Temos sistemas que podem levar duas semanas para atingir 50
ppm, como também temos sistemas que podem atingir os mesmos 50 ppm em menos de
uma semana.
Com tudo isso que já foi dito até agora, você já deve ter
percebido que a única forma de saber o quanto de água você deve trocar
semanalmente é realizando um teste de nitrato para verificar a concentração da
substância na água, não é? Se você respondeu “Sim”, você está no
caminho certo!
Os testes de nitrato, infelizmente, não são muito procurados,
mas deveriam fazer parte kit de testes essenciais de todo aquarista. A intoxicação por nitrato é silenciosa, sendo
a imunosupreesão (os prejuízos ao sistema de defesa do peixe) um dos principais
problemas acarretados. A imunossupressão expõe os peixes a uma série de outras
doenças, visto que o sistema de defesa, após sucessivas e crescentes exposições ao nitrato, fica deficiente, se tornando incapaz de funcionar plenamente. A este
contexto de intoxicação lenta e perigosa, damos o nome de síndrome do aquário
velho.
Somente com a aplicação dos testes você realmente poderá
conhecer a capacidade de geração semanal de nitrato do seu aqua. Isso é
fundamental para que você consiga realizar uma TPA adequada. Dito isso, bora para a pergunta que não quer calar!
Então, como consigo realizar uma TPA do jeito certo?
Você deve sempre ter em mente que, ao realizar uma TPA, você
está diluindo o agente tóxico (nitrato), e não o eliminando completamente do seu aqua (já que, para eliminá-lo, você teria que trocar
100% da água. Neste caso, não uma troca
parcial, seria uma troca total).
Então, bora lá entender a matemática da TPA, a Troca Parcial
de Água
Vamos imaginar dois aquários. O primeiro é do João, o segundo do Rafael. A capacidade semanal de geração de nitrato do aquário de João é de 50 ppm, assim como o de Rafael. Vamos imaginar que os dois aquaristas estão realizando uma TPA:
· 👉João decide realizar uma TPA de 50%. Neste caso, o saldo final será de 25 ppm de nitrato no aqua.
· 👉Rafael decide realizar uma TPA de 20%. Neste caso, a quantidade de nitrato de 50 ppm cairia somente para 40 ppm, pois com a TPA de 20%, você conseguiria eliminar somente 10 ppm na TPA (20% de 50 ppm = 10 ppm).
Por isso, aqui vai a dica mais importante de todas! A quantidade de ppm de nitrato que
você deve buscar retirar na sua TPA semanal deve ser igual ou maior que a
quantidade de geração de nitratos do seu aquário durante uma semana. Daí a
importância de ter um histórico semanal da geração de nitrato do seu aqua.
Fique muito atento! Sem saber o quanto seu aquário gera de nitrato e quanta
água você precisa trocar a partir do resultado dos testes, você aumentará, a cada
semana, um pouco mais a concentração de nitrato no aquário, e isto não será nada bom.
Gradualmente, a quantidade de nitrato atingirá um patamar de
toxicidade para diversos peixes. Você começará a ter problemas com mortalidades
ou aparecimento constante de outras doenças provocadas por enfraquecimento
crônico das funções normais de defesa da fauna.
É por isso que, em muitos casos de tratamento de doenças, o
aquarista tem a sensação de que está enxugando gelo. Ele trata e a doença
reaparece. Muitos levam um grande susto
com situações que realmente são de arrepiar os cabelos. É comum ouvirmos
depoimentos assim: “De repente, todos os peixes da espécie ‘X’ do meu aquário
morreram. Estranho que eles estavam bem. Depois, todos da espécie ‘Z’
morreram”.
Você já viu alguém passar por isso ou você mesmo já passou?
Agora que você sabe sobre o risco do acúmulo de nitrato, você
já entendeu também que não existe nada “de repente”. Como falamos, a
intoxicação por nitrato é silenciosa. Infelizmente, situações assim ocorrem por
falta realização de testes e também em
função de TPA´s erradas, que permitem que a concentração de nitrato suba
lenta, mas, constantemente, até níveis prejudiciais aos peixes.
Sem conhecerem as razões, muitos aquaristas desmontam o
aquário para começarem outro e, infelizmente, vivenciarem tudo de novo: o acúmulo
excessivo e crônico de nitrato ao longo do tempo, que envenena os peixes.
Muitas montagens antigas seriam salvas com simples testes de nitrato e TPA´s
feitas de forma correta.
É super importante entender que para fazer TPA do jeito certo não vale a regra generalista de troca de 10%,20% ou 30% da água do aquário, considerando somente o seu tamanho e nada mais.
Existe uma expressão no mundo gerencial que cabe muito bem
aqui: “quem não mede não gerencia”. Se você não tiver testes para medir
os parâmetros do seu aquário, não terá condições de saber o que está
acontecendo com ele e com seus peixes. E as consequências são bem mais caras,
emocional e financeiramente, que o investimento em um kit completo de testes,
não é verdade?
Peraí! E se o aquário tiver plantas? Elas não ajudam na
remoção do nitrato?
Super bem lembrado! Se o seu aquário possuir plantas, elas
vão te auxiliar na remoção do nitrato, já que ele é um dos três
macroelementos (NPK) essenciais para as plantas sobreviverem, e elas são grandes
consumidoras de nitratos.
Muitos aquários plantados precisam acrescentar nitrato e não retirar. Fantástico, não é? O esquema de TPAs´ de um aquário plantado seguirá outras regras de necessidades, que podem não ter nada a ver com a eliminação de nitratos.
Então é só colocar uma planta lowtec no meu aquário e estou
livre de TPA´s?
Somente um teste de Nitrato vai conseguir te dar essa resposta! Provavelmente, você ainda terá acúmulo de nitrato, pois plantas lowtec possuem crescimento lento e, portanto, consomem menos nitrato, mas se você tiver apenas uma Rásbora Galaxy em um aquário de 100 litros, talvez...he he...
Se meu aquário tiver plantas e a capacidade de geração de nitrato do meu aquário for zero, eu não preciso fazer TPA então?
Como falamos, eliminar nitrato é uma das principais razões
para realização da TPA, mas não a única. A Troca Parcial de Água é necessária
para fornecer micro e macro nutrientes que, mesmo em pequena escala, são
consumidos pelos peixes e são importantes para seus processo metabólicos.
A entrada de água fresca no sistema também simula condições
da natureza, como correntes d´água e chuvas. Estas simulações são
instintivamente reconhecidas pelos peixes e estimulam o sistema imunológico da fauna,
processos reprodutivos, etc.
Isso porque, na natureza,
por exemplo, a chegada do período chuvoso marca o início da fase de
reprodução de muitas espécies.
Muitos aquaristas percebem também uma mudança de ânimo nos
peixes após uma Troca Parcial de Água. Você já notou isso? Aqui na Kauar percebemos sempre!
É como você se sente quando resolver abrir as janelas de sua
casa para receber aquela corrente de ar fresco renovadora (só que bem melhor
ainda!).
Então, se o seu caso é nitrato zero, você ainda deve fazer Trocas Parciais de Água. Elas não precisam nem ser muito grandes. Você, pode,
por exemplo, só repor a água que você retira sanfonando o fundo do aquário.
Agora veja o passo-a-passo necessário para uma TPA – Troca
Parcial de Água - realizada do jeito certo!
1º Tenha sempre testes de nitrato em seu kit essencial de aquarismo
2º Aplique os testes
para criar um histórico da capacidade semanal de geração de nitrato de seu
aquário
3º Nunca deixe que o nitrato se acumule acima de 50 ppm.
Se você tiver fauna de camarões, tenha em mente que o ideal é perseguir o
resultado de 0 ppm de nitrato
4º A quantidade de ppm de nitrato que você deve buscar retirar
na sua TPA – Troca Parcial de Água semanal deve ser igual ou maior que a
quantidade de geração de nitrato do seu aquário durante uma semana, daí a
importância de ter um histórico semanal da geração de nitrats do seu aqua (nunca é demais repetir, porque esse passo é fundamental).
5º Lembre-se sempre de tratar a água que será adicionada ao
aquário com anticloro (o cloro deve ser sempre zero, por isso, testes de cloro
também são essenciais).
6º Lembre-se de checar a temperatura e o PH da água que será
adicionada ao aquário (você também precisará de um teste de PH para isso e
tamponadores para ajustar o PH, caso necessário).
😀Visite a nossa loja (24 horas on!): www.kauar.com.br
👉Atendimento online de segunda a sexta, de 9h às 18h e, sábado, de 9h às 13h.
👉WhatsApp: (31) 99629-3764
👉Pode falar com a gente também pelo Direct e Messenger.
✌Ah, e se você curte uma vibe mais Old School, é só ligar:
(31) 2526-4699
Nenhum comentário